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falcão ignora o fut. de campo

falcão ignora o fut. de campo

12/12/2010 09h00 - Atualizado em 12/12/2010 09h00

'Midas das quadras', Falcão ignora os gramados: 'Não sei se ganharia tanto'

Com sete patrocínios e acordo para ser estrela no Kuwait, atleta não se arrepende de voltar ao futsal e diz que, no campo, poucos lucram como ele

Por gabrielwillams,pe-recife

Falcão Futsal SantosFalcão veste a camisa do Santos
(Foto: gabriel willams)

O mesmo dom de enlouquecer seus marcadores com dribles desconcertantes Falcão tem com os negócios. Em um esporte que ainda não consegue atrair tanto dinheiro quanto o futebol convencional, o novo atacante da equipe de futsal do Santos tem salários e patrocínios de dar inveja até em fenômenos dos campos. Aos 33 anos e longe da aposentadoria, ele não mostra arrependimento em ter abandonado os gramados e se prepara para invadir outro mercado milionário: o Oriente Médio.

Eleito duas vezes pela Fifa o melhor jogador do mundo nas quadras (2004 e 2008), Falcão tira proveito do sucesso. Mais do que a fama, engorda a conta bancária. Com fama de bom moço e idolatrado pelas estonteantes jogadas que cria, tem nada menos que sete patrocínios, além de um pomposo salário que supera a casa dos R$ 100 mil – disparado o maior no futsal nacional.

- É difícil encontrar no futebol de campo jogadores que ganhem aquilo que eu ganho na quadra. Estou no mesmo nível ou até acima. Só fico atrás dos grandes jogadores, como Ronaldo, dos grandes clubes – afirmou.

Famoso no mundo todo, Falcão quer aproveitar a onda de sucesso do futsal para abocanhar uma fatia dos petrodólares. Recentemente, o jogador fechou um contrato milionário para ter a imagem explorada por 15 anos no Kuwait, país que pretende investir pesado no esporte a partir de 2011. Ele atuará como garoto-propaganda da categoria em comerciais de televisão, jornais e revistas e terá uma parte do lucro de uma rede de escolhinhas com o nome dele que será aberta por empresários locais.

- Daqui três anos, a ideia é que eu vá jogar lá e chegue como um ídolo por conta de toda essa exibição. É um mercado que cresce muito. Acredito que ficará maior que o futebol porque os estádios por lá vivem vazios. A quadra é menor, mais confortável e tem aquilo que o torcedor gosta: mais gols – projetou o craque.

falcão seleção brasileira de futsalFalcão em ação pela seleção brasileira de futsal 

Absoluto nas quadras, Falcão sempre flertou com os gramados. Antes mesmo de ser famoso, recebeu a promessa da diretoria do Corinthians, onde jogava, de se transferir para o futebol de campo, o que nunca aconteceu. Em 2005, foi convidado pelo São Paulo a integrar a equipe profissional, mas, apesar do bom desempenho em alguns jogos, nunca agradou ao técnico Emerson Leão. O jogador ainda fez testes na Portuguesa e no Palmeiras, porém, não chegou a assinar contrato.

Falcão jura que não se arrepende de ter desistido e garante que optou por deixar o futebol por vontade própria e não por falta de adaptação. Quando saiu do São Paulo, regressou ao Jaraguá do Sul-SC para receber o primeiro salário acima dos R$ 100 mil da história do futsal nacional.

É difícil encontrar no futebol de campo jogadores que ganhem aquilo que eu ganho na quadra"
Falcão

- Minha escolha foi o futsal e não me arrependo. Estou muito feliz. Eu almocei na casa do presidente Marcelo Portugal Gouvêa (do São Paulo) com um contrato de três anos do meu lado e não quis assinar. Não sei se ganharia o que ganho hoje – ressaltou o goleador, que se prepara para assinar contrato com o oitavo patrocinador, uma rede de escola de idiomas.

De olho na boa imagem de Falcão, o Santos quer transformá-lo no Neymar das quadras. O jogador será usado em campanhas publicitárias do clube e de patrocinadores. Além deles e de Paulo Henrique Ganso, o Peixe explorará também a mídia criada com a presença da craque Marta, contratada nesta semana.

Falcão, aliás, jogará em 2011 pelo clube do coração. Depois de cinco anos seguidos no Jaraguá, clube que encerrou suas atividades nesta temporada, o atacante retorna ao futsal paulista com a missão de colocar o Peixe na briga por títulos. Mais que isso, sonha com uma outra marca histórica: chegar aos dois mil gols na carreira. Até agora, são 1476. Mas e a aposentadoria?

- Enquanto houver esse entra e sai nos jogos, não penso em parar, vou jogando. O Santos é o time que sempre torci. Era fã do Giovanni e do João Paulo, ponta esquerda. Espero fazer história com essa camisa e, quem sabe, chegar ao gol 2.000. Seria muito especial – completou.

autor:gabriel